ja questionaste até que ponto és narcisista, e até que nível de consciência nos cânones do "indivíduo" és auto-suficiente?
se consideramos que existem só dois tipo de narcisos, qual será o teu tipo? sobrevives só com um espelho que reflita apenas e só a tua imagem ou precisarás de mais "moletas"?
5 comentários:
Lembro-e da primeira vez que me chamaram narcisista, fiquei tão chocada! Foi na escola secundária e tinhamos acabado de saír de uma aula de Filosofia em que tinhamos abordado o "Mito de Narciso". Pela minha compreensão do mito, Narciso foi dominado pelo amor de si, de uma forma que não considero saudável, e mais foi-nos explicado que um narcisista (patológico) coloca a si mesmo em prioridade absoluta colocando os outros em segundo plano. Ora bem, quando me chamaram narcisista (lembro-me do sítio da rua em que estava!) fiquei chocada sim , Carlusha foste tu mas pelas desculpas que já me pediste, estás perdoada há muito.
Agora Rui, se considerarmos então os dois tipos de narcisismo, eu que sempre tive, tenho e espero ter sempre uma elevada autoestima quanto muito admito enquadrar-me no tipo dois: elevada autoestima mas sustentadas por "moletas" e espero vir a ter mais algumas. Como pode alguém viver saudávelmente sustentando-se apenas na sua imagem!?
Há uma questão (interessante) que me coloquei há algum tempo: podem dois narcisistas saudáveis gostarem-se ao nível que gostam de si próprios? Essa para mim é a questão!
A minha imagem no espelho só se completa com as imagens dos outros sobre mim... e a minha imagem de mim é fundamental para criar as imagens dos outros sobre mim...
E acho que ninguém é verdadeiramente auto-suficiente, independentemente de ser mais ou menos narcisista... acho que são dois conceitos que não são coincidentes
Mas voçês não têm momentos em que precisam de se olhar, apenas se procurando reconhecendo-se na vossa imagem? A nossa imagem é tão importante para os outros que nos vêem, mas nós não nos vemos muitas vezes durante um dia inteiro...
o narciso compara-se ao "eu ideal e autosuficiente", a um "eu" já construido por si mesmo. desliga-se do mundo objectual que o cerca sem atribuir importância significativa ao que o constroi ou ao que o sustenta como indivíduo.
o outro narciso, o narciso desprovido da consciência do amor totalitário em si mesmo considera importância às suas "moletas" como os objectos que o identificam e sutentam. este processo leva-o a dividir sem custo o amor que poderia ser só para si com as as "proteses" que o compõe. são acessórios do seu corpo extremamente vitais que sem eles nao sobreviveria. nao sobreviveria só e apenas com o seu "espelho", necessita de "ingerir" objectualidades e outras identidades para se ir amando.
Rui, mas será que este último se pode considerar um narciso?
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