19/04/2007

That is the question

That is the question (2005). Video, Vagner Whitehead.
«Brazilian-born, Detroit-based artist Vagner M. Whitehead works with photo- and time-based media in a performative, non-narrative, non-linear, inquisitive fashion.»

Conheci Vagner e o trabalho de Vagner recentemente. Um dos seus videos tem como título "That is the question" (2005, duração de 23:50:00), o texto que acompanha o vídeo diz o seguinte «the questions that arise when viewing and making art are posed, parallelling both processes.»



Questões colocadas em sussurro, em voz alta...

Questionarte.

8 comentários:

Marta Pinto disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Isabel disse...

a ideia de que existe um paralelismo processual entre "fazer arte" e "ver arte"...

o que, para mim, é mais forte neste vídeo é essa ideia de processo artistico que vejo articular-se com um processo de vida e que as questões da arte são as mesmas questões da vida...

por isso quem vê e quem faz, como ser humano que é... tem o mesmo tipo de questões sem respostas ou antes com infinitas possibilidades de respostas, e por isso as palavras que se ouvem no vídeo - cujo som para mim se asssemelha a uma espécie de mantra - são grandes questões: onde está a escultura; onde está o artista; onde está a questão; qual é a resposta... onde está o coração?

onde está o coração???

Marta Pinto disse...

Ao falar com a Aurora sobre o video "That is the question" descrevi-o do seguinte modo: no video podes ouvir as grandes questões que "todos" colocamos, o que é a arte? qual é o objectivo? qual é a questão? qual é a resposta? o que é cultura? o que é a beleza?...Em simultaneo ouve-se um cântico que parece uma meditação, o som que associo à meditação nas mesquitas muçulmanas.
Será que "questionar" tem que ser exercido como uma meditação diária, uma continuidade...não sei se o som que Vagner associou à imagem e às palavras será o mesmo para todos, talvez cada um de nós tenha que encontrar o seu som/sons de questionar.
O som/cântico no video fez-me concentrar a atenção nas questões sussurradas sem me preocupar em pensar numa resposta.
A imagem quase tão repetitiva quanto o som, serviu algumas vezes como um ponto luminoso depois de tanto tempo a "ouvir um som mais sombrio". Correr, correr atrás das respostas e expormo-nos com as questões que colocamos?

Isabel disse...

Marta! Essa ideia de que "aquele" som nos ajuda à concentração também me parece interessantíssima... até me lembrei que há escolas em que os professores deixam os alunos trabalhar com música (claro que não será uma música qualquer, mas uma que facilite a concentração)e no ATL onde trabalhei os alunos que tinham essa experiência nas aulas diziam-me que era muito bom, eles gostavam e aprendiam a matéria!

Gostava de deixar aqui uma questão ao autor do vídeo "that is the question":
será que nos queria propor um momento de reflexão concentrado no processo introspectivo de questionar?

clica no play disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
clica no play disse...

vimos o mesmo video?

esta é a quesão das questões, o que se pode dizer de diferentes meios e modos acerca de um mesmo assunto.

gaficamente é agradável até ao ponto ´que o "filme" é partido por um out e de seguida iniciado por uma imagem mais narrativa (o facial). apesar deste ultimo ser mais narrativo - pela mostra da expressão facial gesto de mao etc- no entanto considero que a primeira se trata de uma imagem mais performativa e menos teatral como se apresenta a segunda.

lógico que cada macaco no seu galho e como tamos todos em galhos diferentes vemos de formas diferentes. nao conheço de todo (bem) este autor, e nao quero ser de forma alguma injusto em qualificaçoes boas ou menos boas. apenas considerar que este trabalho- TÉCNICO se foi ou fosse apresentado em formatos cinematográficos teriamos percepçoes verdadeiramente diferentes tb, pois o nosso "poder" preceptivo seria certamente outro, tal como o nosso campo de visao.
...avante,
o conceito?
nao sei,,, será aquilo que eu quizer certamente.
ou nao?
aqui vai...

como a ultima parte, a que considero segunda, - for vista como "mais narrativa" - teatral - julgo tornar-se num fecho de derrota a uma delinquência demonstrada pelos movimentos fisicos, e descoordenados e "garatujas" do cabelo.
porque? a delinquência" neste trabalho é diagnosticada pelo acto de perguntar, de duvidar de fazer minimizar o poder de um corpo coerente e consciente que por por fim se revela como narrativamente conhecedor de alguma coisa - direi--- diria... que o autor obteve uma resposta. será? será que foi esta a razão pelo qual o autor optou? parteo video em "dois", 1º a pergunta de seguida a resposta.
mais tarde falarei sobre a simbiose; som / imagem:P

os meus parabêns e cumprimentos ao autor.


será que vi o video que sugeriste?

Marta Pinto disse...

Muito técnica a 1º parte (percebi pouco!).
Mas escreve agora sobre o som/imagem, essa simbiose foi a que mais me marcou no video.

Isabel disse...

De repente lembrei-me dum filme chamado «Koyaanisqatsi» um documentário lançado em 1983 dirigido por Godfrey Reggio com música do compositor Philip Glass.

E o que ele tem de interessante é que não tem...
... qualquer diálogo.

Associa a imagem e o som, trabalhando-os, explorando-os.
Muito interessante!!!