Pode não ter sido o título mais adequado, mas confesso que tive alguma dificuldade em expressar-me...
As reticências são um reflexo disso, alguma indefinição, mas sobretudo a ideia de continuidade. Um título inacabado para ideias em criação.
Sugere-me comunicação, tradução de pensamentos/emoções em comportamentos/acções, a ligação da mente/alma com o corpo... mas também repressão, a força da razão sobre a emoção, por que é tantas vezes difícil expressarmos o que sentimos/pensamos? Porque nem sempre conseguimos comunicar com o nosso corpo? Quais as motivações e as barreiras intrínsecas (da própria personalidade da pessoa) que permitem essa harmonia entre o corpo e a mente?
7 comentários:
o corpo é um emissor e tradutor de signos.consegue de muitas formas articular-se com o mundo das coisas de forma consciente a fim de melhor se fazer vencer neste. sabemos contudo que o corpo é uma estrutura articulada capaz de armazenar uma série de códigos culturais a fim de se fazer interagir no seu meio e lugar. assim o corpo é munido de vocábulos capazes de serem interpretados de forma mais ou menos real , mais ou menos equivoca por um receptor. assim, num género de linguagem expressa e visível tal como num género de linguagem subjacente ele é comunicação a todo o vapor.
por conseguinte e de forma breve , respondendo À questão aqui levantada, o corpo é coisa única, onde "corpo e mente" são algo UNO . se considerarmos o corpo um conjunto de partes , afirmamos pelo nosso conhecimento que se tratam de partes que se inter-comunicam dada a grandeza do seu "conhecimento". o corpo é "inteligente" , é capaz de responder a estímulos sem a nossa consciência ( se é que sabemos o que ela é) dar conta.
a relação corpo mente aqui falada não é mais do que as condições permitidas ou não por uma consciência pessoal. o corpo pondera, analisa e reage; não significando que o seu "proprietário" se aperceba sempre desse processo. é à luz de um conhecimento (pessoal/proprio) que as relações Corpo - Mente se fazem. lógico que se nunca saltamos de uma ponte nem o nosso corpo esteve sujeito a semelhante situação; como cair dentro de um período extenso como o provocado pela altura da ponte, nunca teve sujeito à pressão de um ar pelo qual passamos no momento da queda, nunca teve sujeito a uma visão das coisas num momento de queda tão exacerbada, não terá conhecimentos suficientes para tomar uma melhor atitude de controlo. no entanto, e ainda sobre este exemplo, o corpo tem referências que lhe proporcionará pistas a uma maior capacidade de eficácia à resposta, ao estimulo necessário em resposta à situação.
o corpo é uma coisa só. composto partes que nunca seriam partes auto suficientes sozinhas. assim, as inter-relações entre as suas partes são de um vai e vem sistemático que as unifica em algo (paricula/r). a issso chamaremos uma (sub-linguagem).
«O amor expande-nos. A técnica pode suster-nos nesta expansão, mas se não há coração credível, não há técnica possível que nos sustenha de verdade.»
Além de muito bonita, esta frase penso que tem a ver com a ideia de expressão corporal... Encontrei-a num site de uma escola de dança...
www.laboratorio-escuela.com
É tão bonito este tema que propões.
Vou começar 1º pela emoção e razão de que falas.
Estava a ver um filme com muita música num local público. Sentia-me alegre, o dia tinha sido cheio de boas emoções,e a música ritmada do filme puxava pelo movimento do meu corpo. Mas a razão presente, a lembrar a consciência que no local silencioso de vozes humanas e com corpos que não se mexiam, podia não ser bem-vindo aquele movimento. Então controlo os ombros e dou total liberdade aos pés de se movimentarem ao ritmo da música. Só aos pés.
Acaba o filme, saio, e em paços largos acelarados caminhando pela rua...
Penso que de tanto controlarmos o corpo, o inibimos e transformamos a forma como ele comunica.
Concordo com toda a visão do Rui, de que corpo e mente são indissociáveis, que são a mesma realidade. Mas gostava de pegar num aspecto que salientas e que para mim é fulcral e que está na origem da questão que levantei: os comportamentos reflectidos, que acabam por ser
"... as condições permitidas ou não por uma consciência pessoal". Porque a resposta a determinados estímulos é muitas vezes irreflectida, sem dela termos consciência. No entanto, as acções/expressões "conscientes" acabam por reflectir-se exteriormente por aquilo que a nossa razão permitir. Pego no excelente e simples exemplo da Marta que traduz o condicionalismo provocado por factores externos. Mas muitas vezes essa "repressão" é feita intrinsecamente, e a nossa expressão fica condicionada, o nosso corpo fica aprisionado. Claro que continua a comunicar, mas não da forma que gostaria de comunicar.Um exemplo muito simples: eu gosto de cantar, sinto-me capaz de improvisar mentalmente, mas dificilmente traduzo/expresso essas notas com som, com a minha voz. Não porque não seja capaz de cantar essas notas correctamente, mas porque "algo" me condiciona a fazê-lo... e não são só factores sociais, é algo que faz parte da minha personalidade(e que confesso, me irrita profundamente). A minha consciência de mim não o permite... talvez possa ser o receio do ridículo, do erro, não sei... mesmo perante mim mesma... é totalmente anti-natural! Mas é só um exemplo, como muitos outros a que podemos recorrer se observarmos o nosso dia com atenção... coisas que gostaríamos de ter dito, emoções e pensamentos que ficaram ocultos... E é uma pena que nesses momentos o nosso corpo não se permitida expressar livre e genuinamente!
A frase que a Isabel traz é realmente muito bonita, pelo menos na interpretação que faço... prefiro pensar no "suster" como sinónimo de "sustentar/amparar" e não "conter" ou "fazer parar" essa expansão...
Sim! Sim! Foi eu que traduzi a frase mas mas entendo aqui a técnica como algo que sustente ou ampare a expressão e que, em algum sentido, para ser mais verdadeira a expressão estaria mais próxima do coração e logo do nosso corpo. É um pouco neste sentido que vejo a força da expressão corporal.
É muito bom este tema Aurora:)
Para quem está treinado a ler a comunicação involuntária que o corpo faz sobre o que está na mente (especialistas em Programação Neurolinguística), sabe que todos nós comunicamos muito mais com o corpo do que a consciência nos permite saber.
Agora, parece-me que falas numa comunicação consciente com o corpo . No exemplo que deste, quando cantas, parece-me mais uma questão de treino até conseguires o que reclamas querer. Talvez seja preciso ser persistente na tentativa de harmonizar a mente e o corpo, para que os dois se unam para comunicar o que desejamos, ou como desejamos.
... como um atleta que treina o corpo, outros têm que treinar a mente ... e mais interessante ainda são os atletas que treinam os movimentos do corpo terinando-os primeiro na mente, para que de seguida o corpo reproduza fisicamente o treinado mentalmente.
os signos= o corpo significante, o corpo significado. boa marta;)
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